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O Patrono do Batalhão

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MARECHAL JUAREZ TÁVORA

Por: 2º Sgt QE Eros Sanches

 

Patrono do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado

 

     Em uma pequena fazenda da Município de Jaguaribe - Mirim no estado do Ceará, nascia em modesta casa Juarez do Nascimento Fernandes Távora, no dia 14 de janeiro de 1898.

      Filho do Sr Antônio e Dona Clara, humildes sertanejos nordestinos, era o 15º filho da família, todos criados e educados dentro da possibilidade do casal, que obrigava-se a transformar os bens da Fazenda em proventos para a educação dos filhos.

      Juarez Távora cursou as primeiras letras no sertão jaguaribano e no Instituto Chaves, em Quixadá, cursando o ginasial no Externato Pedro II, no Rio de Janeiro; no Internato do Patrocínio, em Minas Gerais; e no Ginásio Julio de Castilhos, no Rio Grande do Sul, sob o patrocínio dos irmãos mais velhos, entre eles Joaquim Távora, oficial do Exército.

      Em 1914 matriculou-se na Escola Politécnica no Rio de Janeiro, tendo que abandoná-la em 1916 devido aos custos, ingressando então, como recruta, na 4ª Cia de Estabelecimento, pré-requisito necessário ao ingresso na Escola Militar, onde continuaria seus estudos. Em 1917 matriculou-se na Escola Militar do Realengo que concluiu em 1919, como primeiro de turma, formando-se Aspirante-a-Oficial da Arma de Engenharia.

      Em 1920, como 2º tenente, foi classificado para servir no nosso Batalhão, então denominado 5º Batalhão de Engenharia, naquela época sediado em Curitiba-PR. No ano seguinte, sendo promovido a 1º tenente foi designado para o 4º Batalhão de Engenharia em Itajubá-MG, e em janeiro de 1922, apresentou-se em Realengo-RJ, designado para a Escola Militar, como auxiliar de instrutor da Seção de Engenharia.

      Eram épocas de agitação política e a vitória eleitoral do Sr Artur Bernardes para a Presidência da República acabou por gerar uma crise que foi agravada com os atos do Presidente Epitácio Pessoa, em favor de seu substituto. Em 5 de julho de 1922 eclodiu um levante armado em Guarnições do Exército, sediadas no  Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, e Pará. Juarez Távora participou do levante na Escola Militar, tendo sido preso quando de sua capitulação.

      Em fevereiro de 1923, em liberdade condicional, foi promovido ao posto de capitão. Novos atos do Governo, porém, levaram Juarez Távora e outros implicados no “ 5 de julho” a afastarem-se do Exército e preparar novo movimento revolucionário.

      Em 5 de julho de 1924, sob a égide do Marechal Isidoro Dias Lopes, nova revolução armada eclodiu em vários estados brasileiros, tendo Juarez Távora participado na tomada da Capital Paulista. A forte pressão das forças governistas obrigaram-nos a retirada da capital e a evasão das tropas revolucionárias para o oeste paranaense. Nessa campanha morreu o Cap Joaquim Távora, um dos principais líderes revolucionários e irmão de Juarez Távora. No Rio Grande do Sul, o insucesso do levante armado, comandado pelo Cap Luiz Carlos Prestes, culminou na reunião das tropas sublevadas do Sul com os remanescentes paulistas, originando a histórica coluna Miguel Costa – Prestes.

      Em 28 de março de 1925, partiu a Vanguarda Revolucionária da Coluna Miguel Costa-Prestes, com destino ao interior do país sendo Juarez Távora o subchefe do Estado-Maior. Essas operações iniciaram-se em solo Paraguaio, adentrando e cruzando os estados do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, noroeste de Minas Gerais, sudeste da Bahia, norte de Goiás, e subindo o Rio Parnaíba os estados do Maranhão e Piauí. Juarez Távora foi então preso nas operações de envolvimento de Teresina, em 31 de dezembro.

      Juarez Távora, permaneceu preso até 7 de janeiro de 1927, quando empreendeu ousada fuga da prisão e se exilou na Argentina. No exílio, encontrou-se com outros chefes revolucionários, aguardando momento oportuno para deflagrar nova revolução a fim de propiciar novos rumos ao Brasil.

            Desta forma, em 1929, uma nova crise política promoveu o retorno de Juarez Távora para o Brasil, estabelecendo ligações com políticos oposicionistas como o Dr. Getúlio Vargas, Governador do Rio Grande do Sul. Escondido no interior do Rio de Janeiro, Juarez Távora, foi novamente preso em 7 de fevereiro de 1930, realizando nova fuga naquele mesmo mês. Com o apoio do movimento revolucionário Juarez Távora viajou para o estado da Paraíba, onde coordenou a preparação da nova revolução na região Norte.

      Em 4 de outubro de 1930 eclodiu a sublevação nos quarteis, nas regiões Norte, Centro e Sul. Sob o comando de Juarez Távora, no dia 9 já existia governos revolucionários constituídos nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. A revolução atingiu êxito no Centro e Sul do país, e no final daquele mês, uma Junta Militar substituía o governo deposto, ascendendo a Presidência da República o Dr. Getúlio Vargas.

            Em 12 de dezembro de 1930, Juarez Távora foi designado para as funções de Delegado Militar do Governo Provisório junto do Norte e Nordeste, e em 14 do mesmo mês casou-se com Dna Nair Belisário Távora.

             A vida de Juarez Távora no novo governo é marcada de intensa atividade: em setembro, no posto de major, é constituído membro da Correição Administrativa; no ano de 1932 é membro da Comissão de Estudos Econômicos dos estados e municípios e nomeado Ministro da Agricultura, onde impulsionou a economia do café no estado de São Paulo.

            Foi ainda no ano de 1932 que eclodiu na cidade de São Paulo a Revolução Constitucionalista. Juarez Távora teve papel decisivo no processo de pacificação do levante armado, promovendo a substituição do Cmt da 4ª Região Militar, simpático à causa revolucionária, e na Subchefia do Estado-Maior da 4ª Divisão de Infantaria, acompanhando os combates daquela DI até a rendição paulista.

            No ano de 1933, Juarez Távora foi membro ativo da Assembleia Constituinte, contribuindo na elaboração da Carta Magna da nação.

            O ano de 1934 marcou seu retorno às lides da caserna, sendo novamente classificado em nossa Organização Militar, denominada à época de 5º Batalhão de Engenharia, onde exerceu as funções de Fiscal Administrativo e 1º Engenheiro da Comissão de Estradas e Rodagens do Paraná e Santa Catarina.

            Entre os anos de 1935 a 1938, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e a Escola de Estado-Maior do Exército, tendo sido promovido a tenente-coronel em 1936.

            Em março de 1939, Juarez Távora foi designado como comandante da nossa Unidade, então denominada 1º Batalhão Rodoviário e ainda sediada em Curitiba. Entre as realizações de seu comando, destacou-se o tráfego público, em caráter provisório, do trecho Rincão – Rio Bonito da rodovia Curitiba – Joinville.

            Deixando o comando do nosso Batalhão em maio de 1940, foi designado para servir no Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro. Em junho de 1941 foi nomeado Adido Militar à Embaixada Brasileira no Chile, onde foi promovido ao posto de coronel.

            Ao retornar ao Brasil, Juarez Távora foi classificado, em maio de 1944, para assumir o comando do Batalhão Villagran Cabrita, sediado no Rio de Janeiro, contribuindo para a formação de contingentes a combater na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial. Desincumbido desta missão, em 18 de setembro de 1945 foi nomeado Chefe do Gabinete da Diretoria de Engenharia.

            O Decreto de 24 de abril de 1946 promoveu Juarez do Nascimento Fernandes Távora ao posto de general-de-brigada. Alçado ao generalato, exerceu as funções de Comandante da Subchefia do Estado-Maior do Exército, entre 1946 a 1949, e o Comando da 6ª Região Militar, no período de 1948 a 1950. Ainda no ano de 1950 desempenhou a função de Delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, sediada em Washington, EUA.

            Em 1951, de volta ao Brasil, cursou a recém-criada Escola Superior de Guerra, retornando à chefia da Diretoria de Engenharia, em março de 1952, até sua promoção ao posto de general-de-divisão, no mês de agosto.

            Nos anos de 1952 a 1954, esteve no comando da Escola Superior de Guerra. Com a crise ocorrida no governo pelo suicídio do Presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954, Juarez Távora foi convidado a assumir a Chefia do Gabinete Militar da Presidência.

            Em 1955, concorreu à presidência da República com Juscelino Kubitschek, ficando como o segundo candidato mais votado, obtendo 2.610.462 votos válidos.

            O decreto de 20 de setembro de 1956 marcou sua despedida das lides castrenses, passando, à pedido seu, para a reserva remunerada.

            No meio civil, Juarez Távora dedicou-se inteiramente a política brasileira, exercendo as funções de Deputado, pelo estado da Guanabara, em 1962, e Ministro da Viação e Obras Públicas no governo do Marechal Castelo Branco, no período de 1964 a 1967.

            Alçado ao posto de Marechal, na reserva, dedicou seus últimos anos escrevendo suas memórias, falecendo em 18 de julho de 1975.

            A 24 de abril de 1985, o então 5º Batalhão de Engenharia de Combate, através da Portaria Ministerial nº 386, recebeu a denominação histórica de BATALHÃO JUAREZ TÁVORA, em homenagem a este ilustre brasileiro, que no decorrer de sua carreira militar serviu em nossa OM por três vezes, honrando de forma perene a história do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado.

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